O que vale ser dito, vale ser bem escrito. E quanto custa? Não custa mais que o sacrifício de poder escrever com o conhecimento da língua, da pátria, das gentes.
Trópicos épicos.
Quando a "música popular brasileira" chegou nos palcos dos festivais da canção, nos primórdios da primitiva televisão brasileira (idos de 1960), as manifestações de opinião estavam proibidas. Ideias ficavam enclausuradas nos quartinhos dos fundos, quartos de sobrados, e quartéis militares, sob o silêncio dos imortais, inocentes e malditos, alucinados, insones, revolucionários, ditos subversivos de esquerda pela anacrônica políticagem nacional, então fardada .
O grito jazia atravessado bem no olho da garganta, nos dedos vacilantes sobre o bem comportado violão desafinado da bossa nova, em "acordes dissonantes", na canção troante, trinada, repicada e floreada, em amalgamados fuzis de aço embainhados nas eletrificadas cordas de aço de guitarras e violões plugados ... o mais, era pura aparência.
Todavia, entretanto, zumbiam mais alto que as balas de fuzil e estampidos de chibatas e choque elétrico em cima de paus de araras, troavam mais acordes de João Gilberto, dos sambaspoetas, tropicalistas, de Chico, de Milton, de Rita e dos Mutantes ... mais alto que o silêncio eram os esguinchos de luz da veia política de Gal, Bethânia, Nara, Elis, Caetano, Gil, Glauber, Tom Zé, Torquato, Gonzagas, Jobim, Vinícius, Zé Keti, Moreira da Silva, Macalé, e tantos outros paulistas, mineiros, baianos, cariocas, pernambucanos, sergipanos, alagoanos, cearences, capixabas, gaúchos, tupis, guaranis, potiguaras, gentes de todos os recantos, que assentaram a nação brasilis no futuro do presente, cujos nomes não deram mídia, mas deram resultado, provocaram o medo dos conservadores de plantão no poder, político e econômico, gentes que no viés da história, extrapolaram convenções imposta por acadêmicos conservadores da direita e da esquerda dos três poderes federais, que provocou o espanto dos espantalhos e não deixou nossa alma em frangalhos.
Se é para a felicidade digo que "Fico" com GAL, amor à primeira vista (escuta Zé Ninguém!), Beatles forever, Jovem Guarda de Erasmo e Roberto, Tropicalismo, bananas ao vento. Pessoas de Fernando. Erasmo de Roterdam e seu "Elogio da Loucura", o "dizer tudo o que me vem à boca".
Pala: DIVINO MARAVILHOSO", postado em 29/06/2005.
Começo de linha. Pista. Buscar o "fio da meada"para se entender o silêncio dos malditos inocentes, da geração esquecida.
Vide: <http://www.galcosta.com.br/sec_fotos_list.php?language=pt_BR>
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