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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Gal Costa :: Textos

O que vale ser dito, vale ser bem escrito. E quanto custa? Não custa mais que o sacrifício de poder escrever com o conhecimento da língua, da pátria, das gentes.

Trópicos épicos.

Quando a "música popular brasileira" chegou nos palcos dos festivais da canção, nos primórdios da primitiva televisão brasileira (idos de 1960), as manifestações de opinião estavam proibidas. Ideias ficavam enclausuradas nos quartinhos dos fundos, quartos de sobrados, e quartéis militares, sob o silêncio dos imortais, inocentes e malditos, alucinados, insones, revolucionários, ditos subversivos de esquerda pela anacrônica políticagem nacional, então fardada  .
O grito jazia atravessado bem no olho da garganta, nos dedos vacilantes sobre o bem comportado violão desafinado da bossa nova, em "acordes dissonantes", na canção troante, trinada, repicada e floreada, em amalgamados fuzis de aço embainhados nas eletrificadas cordas de aço de guitarras e violões plugados ... o mais, era pura aparência.
Todavia, entretanto, zumbiam mais alto que as balas de fuzil e estampidos de chibatas e choque elétrico em cima de paus de araras, troavam mais acordes de João Gilberto, dos sambaspoetas, tropicalistas, de Chico, de Milton, de Rita e dos Mutantes ... mais alto que o silêncio eram os esguinchos de luz da veia política de Gal, Bethânia, Nara, Elis, Caetano, Gil, Glauber, Tom Zé, Torquato, Gonzagas, Jobim, Vinícius, Zé Keti, Moreira da Silva, Macalé, e tantos outros paulistas, mineiros, baianos, cariocas, pernambucanos, sergipanos, alagoanos, cearences, capixabas, gaúchos, tupis, guaranis, potiguaras, gentes de todos os recantos, que assentaram a nação brasilis no futuro do presente, cujos nomes não deram mídia, mas deram resultado, provocaram o medo dos conservadores de plantão no poder, político e econômico, gentes que no viés da história, extrapolaram convenções imposta por acadêmicos conservadores da direita e da esquerda dos três poderes federais, que provocou o espanto dos espantalhos e não deixou nossa alma em frangalhos.
 
Se é para a felicidade digo que "Fico" com GAL, amor à primeira vista (escuta Zé Ninguém!), Beatles forever, Jovem Guarda de Erasmo e Roberto, Tropicalismo, bananas ao vento. Pessoas de Fernando. Erasmo de Roterdam e seu "Elogio da Loucura", o "dizer tudo o que me vem à boca".

Pala: DIVINO MARAVILHOSO", postado em 29/06/2005.

Começo de linha. Pista. Buscar o "fio da meada"para se entender o silêncio dos malditos inocentes, da geração esquecida.

Vide: <http://www.galcosta.com.br/sec_fotos_list.php?language=pt_BR>
O que pensam nossos jovens? Quantos se perguntam assim? Ou, melhor, quem se importa com o futuro do presente? O mais fácil é sempre o mais fácil, ou deixaria de ser se o pensamento fosse exercitado?
http://www.youtube.com/watch?v=NRMVSIiuyJM&feature=autoplay&list=PL20BF77A2A4CFF0AA&playnext=4
Em uma análise rápida, no começo de uma manhã, igual às outras que vivi, descubro o véu de ignorância que me afasta do mundo em que estou e sou. A leitura de vídeos produzidos por jovens de uma universidade particular de Belo Horizonte é um sinal de que o mundo não está perdido, mesmo porque vai se acabar em 21 de dezembro de 2014. E depois, desse fim, outro fim se alinhará no horizonte de sonhos prováveis, que somente a juventude é capaz de sonhar, assim como os loucos e os poetas.
olho de horus: 

http://sanbahiacuriosidades.blogspot.com.br/2011/04/olho-de-horus.html

Ponto de fuga dessa postagem: O que são os ANORMAIS? Tema de pesquisa que tem início com a leitura de: "Os Anormais: Curso no Collège de France (1974-1975"), dito por FOUCAULT, Michel (<http://es.wikipedia.org/wiki/Michel_Foucault>), editado pela Martins Fontes, São Paulo, 2002,  com tradução de Eduardo Brandão.
Esse post fica para depois; preciso de tempo para estudar e também vou saborear o blog VIXE MAINHA, que acabo de desvelar e torno público neste espaço, PINDORAMA, que também é ".. do criolo doido".

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Jogo de palavras

B a, bá; B e, bé; B i, bí - o tônico Fontoura.



Concerto em Si bemol Maior. 
Consertto.
Atalhos. 
Plantação de alho na sextafeiradapaixão.
Tesouras e botões.


Em si, letras são palavras em potencial, já uma quase escrita -  desenho do "vir a ser". Assim como na gramática, a vida ajunta significados, sem poupar conteúdos, em traduções maiores e menores, como o brilho do sol que muda a cor do dia e fica na sombra à noite. 
Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó, si, lá, sol, fá, mi, ré... dóooooooooolling Dolling ............................., darling, doçura de um beijo de bocas no escuro do cinema. Flash, canção em tons e semi tons, sustenidos e Sol bemóis, que trazem o ritmo às cenas, numa recolha da memória cerebral, que faz rir e chorar a alma.


"De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de fazê-Ias voltar outra vez. Não podemos revelar ou copiar uma memória". Henri Cartier-Bresson  


NA HISTÓRIA DA IMAGEM 
CINEMA É A PROVA DOS 9


Se ora digo amor, é que era pequeno e agora é explodidopeito, sem continentes, sem orlas de "entretantos", nem, tampouco de ilhas de "coisa alguma"; é que não procuro mais um mar na solidão das rosas e das montanhas. Encontrome neste jardim, contigo.


Aqui não há janela, só estrelas e firmamento. 


Esta janela, sem frestas, sem gretas, sem mutretas, só tem seresta na sexta. Dá vistas ao inaudito de mim, sem me afastar da possibilidade própria do ser, de ser o "outro". 
Daqui, vejo passar Carolina, musa triste de cancioneiros, poetas vários, brasiguaiolatinos atinados, mineiropantagoiano sismados, paulistas e gaúchocariocapraiacreano, pernambuébrios desavisados, desvairados romanceiros de antanho: Gouchos. Passa o povo, só "Carolina não viu""

O outro que me olha pode estar a não me ver, em outra janela,  viária, absorto no equívoco de ser. Muito mais que uma musa a passar, vejo uma estrela a desfilar seu rastro de luz, talvez jaz, inclusa em sua janela, envolta de firmamento. 
Pêndulo, menino, inclino meu sim para a verdade que se insinua no desenrolar de tanta lágrima, ou nenhuma.


AXIOMA não é marca de desodorante é a flexibilidade no mundo dos negócios de software, um arranjo de moléculas no sistema lacrimal. 

Tuas lágrimas são dois largos lagos, calmos, 
com luar dentro, um amor ao lado 
e o luar do sertão a pratear 
 nossos corpos nús.

Recolhi fragmentos, retalhos, da fractal história que ficou no rastro da memória perdida. Tenho ilusões de ótica e já não lembro quem  sou naquela janela em te vi chorar. Será o vinho? a saudade? ou a tenra idade em que me meti? 


Subo ao terno patamar de meu afeto e vejo que há um longe aqui, bem perto de mim; aquela pessoa que dorme meus sonhos e que eu acordo pra trabalhar. Envolta em sono, ela não se adapta ao relógio da fábrica, sai correndo quando houve o apito da chaleira na cozinha e, logo em seguida, esquece tudo, no primeiro trago do "cigarrim de páia", a sorver, soprando, a quentura do café. 


Nossa vida é um jogo de palavra, um desafio à sinonímia; ganha quem arriscar primeiro a ocupar os espaços, entre letras, a seguir os números na composição da palavra: Se digo N_N _D _, ela arrisca o provável nada, ocupa os vazios com um "O" e dois "A"s; acerta o passo, descobre o caminho. 
Eu erro. Ela me instrui ao acerto. 
Elétrico, menino, me acalmo no assento de seu colo. 
Rebento sem servir pra rebanho. 
Essa é pra tocar no rádio: 
"Mamãe, mamãe, não chore, a vida é assim mesmo ...
... ser mãe é desdobrar, fibra por fibra, o coração dos filhos". 
(Mamãe, Coragem; Torquato Neto).

Esta terra que me escolhe, me assombra em seus escombros, 
me desperta nas dobraduras das serras, na filigrana do afeto a ermo.

Fly moon, 
flyer ...

Azulão da Amazônia.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Desafios de Lógica : Teste de QI Chinês : Japonês (Jogos)

Desafios de Lógica : Teste de QI Chinês : Japonês (Jogos)
QUEM NÃO É O MAIOR ... TEM QUE SER O MELHOR.

A lógica foi desenvolvida pelos nossos ancestrais como um exercício do pensamento e da reflexão. Matemáticos, astrônomos, astrólogos, geômetras etc as disciplinas se intercarlavam em busca do pensamento certo, exato, quantificável e qualificável.

O link que abre o post é um teste aplicado a muitas empresas no Japão para calcular o QI (Quoficiente de Inteligência) dos trabalhadores; quem comanda é a velocidade do raciocínio, a tranquilidade do indivíduo, a aplicação de seus conhecimentos lógicos.

Mas não basta ser lógico, é preciso desenvolver uma outra inteligência, a emocional, para não sucumbir no estress da disputa, inerente à concorrência no mundo civilizado e aí a parábola do anão David e do gigante Golias funciona: com um budoque (estilingue, atiradeira, estilingue, etc) o pequeno derrubou o grande com uma pedrada na testa. Ato de violência, coragem e lógica.

No entanto se levamos o acontecimento para o seu lugar de ocorrência, veremos uma nova variante lógica a se trabalhar, ou seja, a competência se utiliza da portabilidade da situação, além dos elementos lógiocos da retórica (palavra e teatro), tendo a persuasão e manipulação como recursos de grupos culturais diferenciados, no caso em pauta, o teste de QI Chinês. Ao contrário do ocidental, o cidadão oriental não se valgloria tanto com a vitória, a ponto de publicizá-la, se envaidecer, para ele esta é apenas a consequência da eficácia do método, que "opera sobre a situação" de acordo com a competência adquirida.

A leitura do ensaio proposto no livro de François Jullien: O TRATADO DA EFICÁCIA, tradução de Paulo Neves, da editora 34 Ltda: São Paulo, 1998, abre nossa percepção para o potencial da situação e o despreendimento dos modelos ocidentais, que podem nos enjaular no medo da derrota, .

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A VERDADE FOTOGRAFADA

O repórter fotográfico está diante de uma realidade, que poderá eternizar ou se extinguir com ela; sua única arma é sua câmera fotográfica. Assim muitos jornalistas enfrentam a realidade e seu relato ... e têm que optar pelo silêncio do click fotográfico. A realidade é modificada com a nossa presentidade e às vezes o silêncio diz muito mais que mil palavras:

                                           Kevin Carter, 1993, New York Times.
Carter exercia seu trabalho na cobertura da fome na África. Foi no Sudão em que registrou este instante fotográfico em que um bebê, subnutrido, jaz, quase morto, próximo a um abutre, que o espreita na caça de alimento.
Carter ganhou o prêmio Pulitzer com esta imagem, pouco depois, suicidou-se, aos 33 anos. Não pode se salvar com suas imagens,nem a si e nem a consciência humana, estagnada ante o genocídio pela fome, vizível a ôlho nú nos países miseráveis, pobres e subdesenvolvidos. Segundo informa o blog dos fotográfos do Estado de Minas, acessado em   29/6/2011, o menino da foto sobreviveu :

"O jornal  El Mundo, descobriu que o bebê era um menino, chamava-se Kong Nyong. Segundo o periódico espanhol, a enfermeira Florence Mourin, que coordenava os trabalhos do programa das Nações Unidas para o combate à fome no Sudão, em Ayod, palco desta trágica imagem, o menino era acompanhado, como prova a pulseira branca na mão direita, que se podia ver na fotografia premiada."(Op.cit.).

O autor do texto blogado no jornal de Belo Horizonte   sugere que pensemos sobre o vídeo que recebeu de aumigo, como motivo para reflexão sobre o a consciência no trabalho do fotojornalismo:

"Até quando o fotojornalista pode se omitir de agir contra um ato de violência em busca da melhor foto ou prêmio? "  

A resposta a essa pergunta, formulada pelo blogueiro anônimo do jornal Estado de Minas, pode estar na poesia do mineiro, Carlos Drummond :

                         "A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca."

A consciência é de cada um, embora esteja envolta pelo inconsciente coletivo. Na preservação da memória, os indivíduos fazem a história de seu tempo, documentam a sua época, através de narrativas orais, escritas ou imagéticas e todos têm o livre arbítrio para escolher sua conduta moral, ética, ante a realidade vivida.
Longe da fome na Àfrica e dos cruuéis abutres, perto do coração do mundo, sob os braços abertos do Cristo complacente, a carioquinha Manoela, sobrinha neta da gema, indaga a existência com o olhar de ver meticuloso do fotográfo, que vê para além das lentes a imagem, no instante em que ela é.
Crianças, poetas, loucos e animais podem se apossar do "Eu" da coisa, do "instante em que ela é", como diz o poeta portugues Fernando Pessoa.
Como na cena fotográfica, o ser é o instante em que é:

LEVE, LEVE, muito leve,
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo.

[PESSOA, Fernando. O EU PROFUNDO E OS OUTROS EUS: "O GUARDADOR DE REBANHOS (1911-1912) - XIII",
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 26º impressão, 1996. Pág. 148]. 


 Evoé, Veruska!  nossos netos estão chegando....com olhos de "BemVirá"